DESPOJOS DE UM AFETO

Por total indiferença, acabamos

abandonando em um canto qualquer

os despojos de nosso afeto. Lá ficaram

os sussurros, as nossas madrugadas

festivas, os sorrisos ao vento como

as cenas agora todas mortas...

Imagino que nada trouxemos

a não ser as reminiscências

do princípio de nós dois, e muito

mais do depois sem ninguém...

E o que está sendo pior, é conviver

com o que não existe em um

vácuo tão profundo, onde só

respira-se a recordação...

O tempo esse movimento contínuo

nada faz para amenizar, atualmente

só se preocupa em exibir nossos

fragmentos, quiçá para ampliar

os sofrimentos.

Hoje nada se pode fazer e quando

o amanhã chegar também nada

pode-se esperar, já que o passado

foi lascivo e ladrão pérfido de

dois destinos

Wil
Enviado por Wil em 27/01/2009
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