Enamorando a Lua
Saí para namorar a lua.
Marcamos um encontro em meio ao tempo.
Nada de restaurante, combinamos na rua,
Entre o asfalto, a luz das estrelas e o frescor do vento.
Lua. Tão pálida, quieta, graciosa.
Mantém-se a favor das minhas ideias, das minhas risadas.
Abraça-me e beija-me como uma alma piedosa.
Faz-me promessas. Cola minhas ilusões rasgadas.
Diz ser minha por todas as noites, por todas as escuridões.
Jantamos as constelações,dançamos no anel de Saturno.
Fizemos um pacto com o sangue dos nossos corações.
Lançamos os antigos pesares num buraco negro e soturno.
Mas, como o passar das horas, distancia-se de mim.
Despede-se com o canto do rouxinol.
Eu fico cá, rindo e chorando sem fim.
Sendo obrigado a vê-la cair pelo seu verdadeiro amor, o Sol.