A faca que fura

a Babaloo

Teus versos

me cortam o céu da boca.

Letra por letra

dilacerando minha carne.

Ao ressoar dos seus lábios

ditongos, tritongos e hiatos

me cortam

feito lâmina cega

cortando o vento -

redemoinho de semivogais.

Teus versos

faca de nenhum gume,

nunca flores

nunca estrume.

Sempre sangue,

sedução...

A faca que fura meu coração!

E teu verso divã/neio

meio pronome oblíquo,

me cura com interrogação.