DISTANCIADO
Vi-me cercado por intransponíveis
muros, como se fossem verdadeiros
paladinos, tenaz ao extremo ao manter
a clausura que conquistei sem querer.
Todos, sem exceção, fecham quaisquer
fendas existentes para destruir algumas
esperanças que ainda persistem...
Perdi a conta dos dias que passam,
não sei se é uma manhã ou noite,
se o mar continua sendo
multicolor quando no horizonte.
Também não sei se aquele alguém
que sempre amei pensa em mim,
se me procura, se continua a entender
todos os meus traumas, vividos em
pequenas doses dos meus dramas...
Tenho a impressão que o pouco que
resta do estímulo, se derrete como a neve
ou como a fumaça que se evapora,
não se sabendo para onde vai...
Não carrego dentro de mim desejos
estranhos que contrariam minha forma
de ser, e nem intento martirizar-me, mas,
sinto-me devorado por um sentimento
que vem enclausurando-me entre intransponíveis muros...