NAS ASAS DO AMOR
Não corte as asas, viu seu moço,
Do pássaro, que só quer voar,
Ao cortá-las perderá a liberdade
E um canto triste irá ele entoar,
Definhando vem a morte e o leva,
Dá a ele, o prazer do verbo amar.
Ouve-se o seu melancólico canto,
Nas manhãs e também pela noitinha,
Pousado nos galhos de um laranjal
Costumeiro pula-pula, a sua ladainha,
Na busca de gravetos p’ra seu ninho,
Seu lugar, seu norte, sua lapinha.
O homem é com esses pássaros,
Que têm as suas asas partidas,
Quando lhe faltam felicidade e amor,
Falta quase tudo em suas vidas,
Não se aquieta em lugar nenhum,
Toma as decisões em desmedidas.
Sem essa liberdade que evolui,
Cai por terra, quem busca na esperança,
P´ra quem fica ou p’ra quem vai,
Regride, chega lá e tudo alcança,
Como um pássaro sem as asas p’ra voar
É um homem sem amor e sem andança.
Rio, 08 de janeiro de 2009
Feitosa dos Santos