POEMA SAUDADE
POEMA SAUDADE
Mesmo que as nuvens caiam
E o sol se esconda
Mesmo quando um lágrima se solta
Quase triste, quase morta,
O mar ruge no seu coração de onda
E as terras vermelhas de abram;
Mesmo quando os rios fugirem
Da foz para a nascente
Num trocar de destinos angustiantes
E as crianças já não sorrirem
Os espíritos calem os videntes
Ou os cristais mais finos se partirem;
Mesmo quando o tudo é nada
As fontes não brotarem
As flores perderem o perfume
Ao longo do caminho, da estrada,
Os pássaros não cantarem
E o gesto saiba a azedume
Mesmo que o silêncio grite
O mundo pare de girar
Num limitado infinito,
A raiva da mão se agite,
A gota deixe de balançar
No ramo de arvore decrépito.
Os meus olhos saberão olhar
Os meus gestos saberão tocar
Os meus passos saberão andar
O coração saberá palpitar
Os braços saberão abraçar
Porque eu saberei te amar!