Me assume

Tuas dúvidas se devem à minha ausência,

Que de forma não proposital se faz agora,

Talvez este ciúme seja peso de consciência,

De não poder ter-me em teus braços por hora.

Preocupas se tenho ou não namorado,

Com que direito me pergunto enfim,

Se és deveras muito bem casado,

O que queres tú de mim?

Meu nome é o som do pecado,

O sabor da minha boca te convida,

Vês em mim puro predicado,

Mas não te permites fazer parte de tua vida.

Quero um amor que me toque além da alma,

Sentir o cheiro da colônia do meu homem,

Me furtar desta farsa de estar calma,

Cometer desatinos, extinguir as chamas que me consomem.

Me perco nos nós desta rotina,

De sonhos presos em sacos,

Sou ainda sua menina,

Catando e colando os próprios cacos.

Diz, diz que me ama,

E se assim for, vê se me chama.

Não te cales, como de costume,

Tenhas coragem, dz que é meu, me assume.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 29/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T1357723
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.