leva-me
doces e ternos são teus olhos vida
de um azul sereno sem nuvens
ternas e doces são tuas mãos, vida
que de quando em quando
para o meu deleite
tornam-se em fúria
gosto das tuas marés
baixas e altas
te aceito quando tu minguas
e quando te elevas
nessa alternância tu me prendes sempre
na incerteza de saber o mais além
o que será que me espera vida
nessa manhã de teu renascimento
em qual dos ciclos estarás vida
se na tua preamar eu me deito
levanto no inexorável infinito
de tuas ânsias
deixo-me
carrega-me
leva-me na tua bruma