NÃO DIGAIS NÃO AO AMOR!

Dói-me o coração se te vejo chorar.

É como se me levassem um bocado

de mim, junto com a tua dor,

e ela se perdesse, algures no deserto,

esperando que a vá tomar em mãos,

para te socorrer, do que assim

tanto te aflige, ansiando por uma

palavra minha, que, traga consigo,

todas as fragrâncias das flores,

acabadas de nascer, agora mesmo.

Aprendi – e tenho por melhor – que,

muitas das vezes, nestas alturas,

o silêncio é o que de melhor podemos

dar, em momentos como este, em

que o algoz, nos sujeita, ao mais interior

de nós mesmos, e que eu (estando do

lado de fora mas não ausente), apenas

devo escutar, até ao seu fim, tamanho

tormento, que te mortifica, deixando

que as lágrimas encontrem seu caminho.

E, só então, ainda pelo meio de soluços,

sabendo de cor tuas palavras, em

meu peito silentes e solenemente

guardadas, chego-te a mim, com toda

a tranquilidade e deito tua cabeça no

meu ombro, por de forma a sentires o

calor de meu corpo, e, haja então, uma

abertura maior, aos meus conselhos,

que, mais não são, do que aquilo, que

já está dentro de ti, e eu faço por reviver.

Tendo-nos um ao outro e por certo, que,

este é o melhor dos procedimentos, a

levar em conta, a conversa sai fluida, e,

a dor, vai desvanecendo (para ambos),

à medida, que desatamos os nós, do

intrincado novelo, que te enredou, em

sua teia tendenciosa, deixando-te sem

reacção e totalmente frágil, fazendo

até, que o teu belo sorriso, fosse assim

ofendido, ao tentar subjugar-te, em vão.

Olvidados, tendes todos vós, se pensais,

que o amor e a compreensão, nada vence!

se esse é o verbo, que traz amor ao mundo.

Jorge Humberto

11 /12/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 12/12/2008
Código do texto: T1331870
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