Em lados paralelos.
Em lados paralelos.
A gente acorda no meio da noite
não consegue mais dormir.
Os pés roçando uns nos outros
e o frio que até então nos acordou
sumiu tão rápido que nem nos demos conta...
Seus lábios buscam os meus,
suas mãos escorregam por todo o corpo,
respondo aos apelos seus
em outra linguagem
vou discorrendo meu amor
Topázio
descubro cada curva do seu corpo
vou desenhando pela respiração ofegante
as imagens que criamos em movimentos acelerados...
É tarde e da janela contemplamos a platéia estrelar
em meio a tantos beijos de boca,
gotas de suor escorrem coluna abaixo
interrompidas pelo toque de sua língua a deslizar sobre mim...
A carne trêmula se entrega,
cega tateia pelo cheiro exalado conforto
e roçando a nuca com a barba
mordo suavemente seus ombros
escrevendo em marcas de amor
esse amor que me ator/menta.
É contracenado ao mesmo tempo que é hortelã.
Velamos os corpos exauridos de felicidade
por adormecermos saciados de amor
em lados paralelos.