Viraste a porta
Viraste a porta antes que a manhã chegasse
já não suportas ouvir minha voz e meus apelos de cotovia
todos os dias me matas
e depois me ressuscitas com técnica e arte
para matar-me novamente no raiar do dia
Por muito saber de tua alma
foges
mesmo que a minha mão não te alcance um palmo
De que tem medo, oh meu amado
que mal tenho em querer-te
e desejar beber de tua boca o vinho e o nada?
Segues, ébrio de meus desejos
e de palavras
palavras, ora, são apenas palavras
esfumaçam ao vento...
mas o desejo...