Amor de corpos atados

A cama desfeita

calma, beija antes de levantar...

ama neste momento sublime e

chama o meu nome outra vez...

O lençol espalhado

a gente lado a lado...

tramamos um novo começo

e por baixo ou por cima contemplamos

o ato de amor perfeito...

E assim feitos um para o outro

o resto do mundo é a esquina do acaso

e nosso caso rola feito tempo disparo

em contrapartida, em contrato

perdemos a noção do tempo e o senso

somos vencidos pelo cansaço.

Em lato senso, nossa imagem

corpos nus, beijos, abraços...

no reflexo do espelho mais acima,

a cama desfeita, chama de efeito nosso

um redemoinho de corpos atados

pelo desejo de consumação descontrolado

e um banho, um descanso e tudo recomeçado.

No quarto contraímos em quarto o que se soma inteiro

e num devaneio de loucura

nos rendemos a esse amor imenso

que nos condena a viver abraçados.

A cama desfeita, desejos, bocas entreabertas

nossas pernas, nossos braços, peitos, amassos...

tudo tão assim, do nosso desejo

querendo que ali, o tempo parasse.