AO ENCONTRO DA VIDA

Enquanto a vida nos beije,

Não podemos lamentar,

Não lembrar

Que os dias hão passados,

Com eles

Foram ficando os fardos,

O espírito leve fica,

Nesse novo caminhar.

Nunca devemos chorar

Pelo leite derramado,

Mas juntar tudo,

Se fora desperdiçado,

Há muitos outros

Obstáculos a cruzar.

Enquanto sentirmos em nós,

A força que nos restou,

Levanta joga a poeira,

Prossegue na caminhada,

Quando cansado ficar

Na sombra faz a parada,

Olhando sempre à frente,

Atrás não vê quem ficou.

Precisa o homem ser

Nesta vida renitente,

Para crescer

É preciso ser carente,

De coragem e equilíbrio

E o que mais lhe restou.

Rio, 28 de outubro de 2008

Feitosa dos Santos