TEU SEGREDO

(para Nanci Laurino)

Da pródiga natureza, faço meu caminho.

Um caminho sereno, onde nasceu um dia

o amor, que eu agora colho, em cada flor

silvestre, respirando seu fulgor, que tudo

asperge, à sua passagem.

Lembro-me, reconfortado, que tu, és a

própria natureza, onde te fui descobrir um

dia, correndo livre, pelas planícies, e,

chamando-te, perguntei-te, como era isso,

de ser livre, tendo o algoz da cidade já ali.

Sorriste para mim, qual sorriso, de criança,

baixando levemente o olhar, e, respondeste,

que embora tenhas de viver, entre dois mundos,

não esqueces tuas origens, que tudo à tua volta

é a natureza em sim, como os jardins que urdes.

E é por isso, meu amor, que tu és diferente, no

trato com as pessoas, na humildade para com

cada uma, sempre pronta a ajudar, quem de ti

precisa, pois, qual xamã, a natureza é contigo e

não te falta uma palavra viva, para co os outros.

E assim, sempre que me embrenho, entre flores

e árvores, deliciando-me com o vislumbre, dos

animais, recordo a tua face corada, cheia de vida,

para dar e oferecer, e, sem que o esperássemos,

demos as mãos, num pacto, pra toda a eternidade.

Jorge Humberto

23/10/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/10/2008
Código do texto: T1245891
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