PRINCESINHA DO RIO E DO MAR

Hoje, exatamente hoje, o céu se fez turvo em Copacabana,

O vento não soprou, a areia está pesada, sequer se moveu;

Aventureiros de costumes, nos quiosques se aquartelaram;

E o sol que por certo é carioca sobre nuvens se escondeu.

O sonido das ondas era abafado pela ação da areia estática,

A princesinha do mar, sob um modo melancólico se rendeu.

Copacabana do Rio de Janeiro a janeiro o sol que desponta,

Por sobre o Morro do Leme, seus raios refletem na areia,

Os homens que pescam no pontal, efusivos contemplam,

A beleza que a mão infinita sacode e sobre os olhos permeia.

Copacabana do sol e do vento, hoje, só hoje turvo a cinzento,

Teus deuses, deusas e ninfas ao teu resplandecer galanteiam.

Dia turvo, a chuva que cai as nuvens que cobrem o belo azul,

O Rio se curva, a morena não passa, a garota acha graça,

As árvores molhadas, as bolhas do orvalho não brilham mais,

Luzes opacas, apagadas, acostam crianças, adulto que passa,

Mesmo assim, não pára esta que é a princesinha do rio, mar,

Dos poetas, os grandes poetas da música, do samba e bossa.

Rio, 19 de outubro de 2008

Feitosa dos Santos