Arrepios de Amor
Na travessia das minhas fantasias
No silêncio dos dias sobrenaturais
A vida tem aqui esculpido poesias
Que recebo a ouvir aos meus ais
A se aproximar e cobrar de mim
Para que as componha destemido
São versos melodiosos e sem fim
Fico curioso a desvendar segredos
Os arrepios de amor se dão assim
Que assopram e meio que alopram
Seja pela viril semeadura do vento
Não sei dizer como aqui se alojam
Se é pelo suave bafejo de um alento
Sei estar nas entranhas que se soltam
Será o alívio de alguma cruel ausência?
De quem inexiste sem essa presença
De um sentimento bonito e tão forte
Será um grande amor a fazer diferença?
A percorrer caminhos trazendo você!
À noite o oceano reluz e fica prateado
Com a lua exibida que sorri iluminada
Os raios de sol fugidio estão salpicados
De dia... Nuvens no céu são desenhadas
Vejo mil miragens na mente estampadas
No desenho de um belo mosaico estelar
Como uma chuva de luz que caísse do céu
O amor viesse no ciclone da tempestade
A despertar enxurrada de favos de mel
Esparramando gotículas de felicidades
Beijando a face como uma suave pluma
Só assim me vejo e enxergo na escuridão
Ao tatear essas emoções que inflamam
Sinto-me então feliz e cantarolo uma canção
Que anestesia as agruras da minha solidão
Sei mesmo que poeta padece sem a amada
Fica afogado. Mudo. Calado. Alma dilacerada!
Respira e sofre... Vivendo só de lembranças
Esbanjando suas saudades doídas e intensas
Porque sem ela padece uma dor incontida
Solta sem pudor as suas lágrimas abafadas
Nesse dilema entre a cruz e a encruzilhada
Ele fervoroso reza ajoelhado a sua prece
Vê o pôr do sol e depois reconta as estrelas
Abraça todas acreditando que uma delas é ela!
Hildebrando Menezes
Nota: Escrito ouvindo a canção 'Eu não existo sem você' de Oswaldo Montenegro - arquivo enviado pela amiga Ro Poderosa. Poema aqui dedicado a querida colega de CNPq - Lúcia Villena- que me arrepiou com o belo comentário sobre meu poema 'A felicidade é simples'.
... e pensar que toda essa sensibilidade esteve do meu ladinho por anos a fio...e ora se foi.... no entanto, mágicas são suas palavras que com toda sutileza embriaga nossos corações inundando-os de êxtase e delírios....Lúcia Vilhena