Desculpas de um coração
Hoje, enquanto dormes tranqüila,
Resolvi te escrever,
Minha dona querida,
Para poder me desculpar...
Se ainda não sabes,
Sou teu coração,
A coisa endomoniada,
Que te priva da razão,
E tanto te fez e faz chorar...
Desculpe-me, minha dona querida...
Por ter amado sem pensar,
Sem medir as conseqüências,
De sofrer pelas ausências
De quem não retribuia meu amar...
Desculpe-me por todo sofrimento,
Toda dor, todo lamento,
Que, involuntariamente,
Tenho estado a te causar.
Sei que nunca te disse,
Minha dona querida,
Que é tua coragem que me ancora,
Que me ajuda a recomeçar.
És doce e paciente,
Juntando meus pedaços
(E embora maldigas meus erros crassos)
Sem quase nunca reclamar...
E é por isso que eu tento ser fiel,
Te fazer tocar o céu,
Te fazer sonhar...
Pois só sei te servir assim...
Lutando até o fim
E tentando, loucamente, acertar.