Mata-me
Mata-me com os beijos quentes,
Com o doce gosto de tua boca...
Me faz estremecer,
Me deixa louca,
Em meu ouvido a respirar...
Toma minhas mãos entre as tuas,
Colem-se nossas peles nuas,
Deixa nossos dedos vagar...
Envolve teu rosto com meus cabelos,
São teus, soltos,
Para vê-los,
Cortina de seda vermelha,
A te acariciar.
Estremece quando minhas mãos se espalmarem,
E meus dedos acariciarem,
Cada centímetro de tua pele,
Devagar...
E, enfim, me torna tua:
Tua amante,
Tua amiga,
Tua amada,
De alma nua...
E deixa a vida nos levar...
O amanhã é detalhe,
Nunca chega,
Nunca vale
O preço da separação que pode causar.
Mas isso agora não importa...
Cerrei as janelas,
Tranquei a porta,
Para o raiar do dia não nos alcançar.
Por isso vem,
Meu amor...
Esquece que o dia vem nascendo!
Me ama, em crescendo,
Me ama, até o corpo cansar...
E quando o sono nos vencer,
Ao fim do embate de Eros,
Adormece em meus braços,
Enrolando meus cabelos em teus dedos...
E ao despertar,
Me beija e recomeça de onde paramos,
Esquecendo de tudo que nos fizeram os anos...
E me ama,
Até decidirmos que o dia
Enfim irá começar...