ENCONTROS E DESENCONTROS

Os rios encontram o mar, na foz suas corredeiras,

A chuva cai sobre a terra, rolando chega ao rio,

O céu junta-se ao mar, pra quem olha o infinito,

Desce a água sobre a serra, se espalha no baixio,

No cânion, propaga-se o grito em oposto ao eco,

São encontros na natureza, para o homem desafio.

Tem o homem em sua vida, encontro e desencontro,

Hora sorrindo ou chorando, alegre ou com pavor,

Quebrando pedra em madeira, seja João ou Maria,

Caminhando contra o tempo, não avança com vigor,

Quando chega não alcança, se encontra não o vê,

Encontros de desencontros, em tempo de desamor.

O ontem não foi o hoje, assim, o amanhã não será,

Um novo dia pra vida, com a vinda do ser amado,

A quem muito se quis ter, por este, a Deus clamou,

Perambulando em caminhos, sentiu-se desafiado,

Foi buscar onde não tinha, perdeu-se indo a esmo.

No desencontro ao encontro, qual o som desafinado.

Diz-se adeus para aquele, que no desencontro é fatal,

Segue trilhando um caminho, sombrio e descolorido,

Passos largos que ficaram, hoje curvado e sem graça,

Vê no tempo alem do horizonte, seu amor desfalecido,

Seus braços já não alcançam entre dúvidas se perdeu,

Não achou quem procurava, o desencontro é perdido.

Rio, 14 de setembro de 2008.

Feitosa dos Santos