CASA NOVA

À Nilcéia, mãe dos meus meninos.

A casa dos riscos e tratos
A casa da mulher dos quadros
(que trouxe de dentro de si um filho com seus traços)
Propoem portas paredes e janelas
De se abrir para entrar
De proteger o estar
E de se abrir para olhar
Sentindo-lhe o chão
A mirar jardim em flores
E o etc que o belo enseja
De dentro da casa
Para fora dela
E os cães nossos de todo dia
Soltos no espaço
A latir e brincar.
No terreno baldio do sonho
A casa se ergue real
Desenvolta em contas e recontas
Paredes que partem e retornam
Tijolo por tijolo
A casa se ergue real
Com garagem para carro
De trazer o longe para perto
Em idas e vindas
Para dentro da casa
Para dentro de nós
E enfim adentrada a casa
Adentrá-la
A propor meus traços
Na cara escancarada doutro filho
Filho do desejo de querer
Nossa casa habitada
Com luzes acesas e apagadas
Por gente que vem e que vai
No contínuo do tempo
No contínuo de nós. 



Imagem : Foto de Nilcéia de Almeida A. B. Pereira
                  nilceiaaab@gmail.com
DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 27/08/2008
Reeditado em 18/10/2008
Código do texto: T1148889
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