NÓS PASSARINHOS

Num sublime apelo, entre céu e terra,

humildemente acerco-te, para que de mim

te aproximes, regalando-me um sorriso,

que tem tanto de peculiar como de generoso.

Sem rogo algum nem esforço, um esgar, que

é mais um sorriso, na tua face faz ninho,

e eu, feito passarinho, procuro a tua graça,

e convido-te a voar comigo, por montes e fráguas.

E no cimo, do galho mais alto, para que

toda a natureza o possa escutar, em nossos chilreados,

já levados pela brisa, anunciamos, aos quatro ventos,

do quanto somos duas avezinhas apaixonadas.

E para embelezar o nosso ninho, desço até ao chão e

vasculho, vasculho até encontrar, os tesoiros

mais belos, que acolherão os nossos filhos, que

anseiam as maravilhas, que de sua mãe ouviram contar.

Sintonia perfeita, com o mundo, que nos rodeia,

quatro lindos passarinhos nasceram, cercados de amor

e de muito comida, que não se cansam de pedir; e, eu,

solicito e pai extremoso, passo os dias cá e lá, orgulhoso.

Bem-dita, sejas, ó minha passarinha, que feliz me

fizeste, ao doar-nos tão belo legado! Saibas tu, que,

a natureza nunca se engana, se o amor prevalece e

a entrega se faz, como se folhas ao sabor do vento ancestral.

Jorge Humberto

26/08/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 27/08/2008
Código do texto: T1148507
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