Ruas
Vago sozinho pela rua,
Querendo encontrar não sei quem.
Nem conheço a identidade sua
E estou cercado por amores de ninguém.
As nuvens choram a minha dor,
Ensopo-me com as lágrimas adocicadas.
Não procuro abrigo, cobertor...
Espero o calor de uma paixão inveterada.
Logo a luz do sol retorna do mar.
Seca minhas roupas e minhas esperanças.
Sento para aguardar o luar
Que tanto é confundido com a inocência de criança.
O sono tenta aliviar minha ilusão,
Mas os sonhos não as amenizam.
Meus pensamentos são cheios de vazão.
E as minhas vontades eles sempre ironizam.
Resta-me apenas deitar na rua.
Esperar o acalanto de uma senhora.
Desejar uma felicidade nua
Entre os labirintos que o meu coração explora.