HOJE
Hoje tenho comigo
um imenso aparato,
um rastro de fome,
algo que me consome,
que me deixa estupefato.
Hoje consigo conservar
um vago desafio,
um vagar sem trilho,
um olhar sem brilho,
como um pacato rio.
Hoje pretendo conciliar
um extenso planejamento,
um olhar obscuro,
um presente sem futuro,
na falta de argumento.
Hoje conservo intacto
um gesto qualquer,
um enigma traiçoeiro,
um desejar pioneiro,
um penoso mal-me-quer.
Hoje prossigo alheio
um caminho impreciso,
uma trilha desconhecida,
um desafio na vida,
que se transforme em sorriso.
2.003