Pão e água
Dispenso o pão e a água nesta noite
fria e te ofereço como
Banquete a minha poesia.
Para que ela possa saciar a fome
e a sede de alguém que,
virtualmente, lê meus versos
e os sonhos nos resquícios
do café que repousa na
xícara ainda quente.
Ofereço também um fragmento
de alma sepultada na solidão
do dia e que vaga na noite
onde o silêncio quebrado pelo
barulho cessa a
minha monotonia.
Talvez esse alguém suspire no
meu silêncio onde as
palavras fazem festa e
coro de imensa alegria.
Quiçá o tempo nos engane
nas horas da madrugada e possa
a minha poesia recuperar
no rosto do quase desconhecido
um único momento que seja
de suprema nostalgia.