POEMA DE INVERNO
Dormem as buganvílias, o róscido da manhã.
Gatos que passam, levando sombras consigo.
E por todo o jardim, insectos voltejam,
tontos de janelas.
Acendem-se as primeiras luzes… aracnídeos
montam suas tendas, entre as frestas, da madeira
carcomida.
Caem algumas gotas de água, pendendo das telhas
humedecidas… ao arrepio do vento matinal.
E ao longe já se escutam os primeiros pássaros,
trinando recentes vislumbres, de claridade.
Latem cães… no fim da cidade.
Choram crianças… cujo os nomes não sei.
Puxo-te para mim. E acordo-te com um beijo.
Vide, amor, é o inverno, que chega!
Jorge Humberto
12/08/08