PROMISSÃO
Na noite árida dos quereres
Eu fui peregrina
E para te encontrar
Atravessei as trilhas desérticas
Das paixões
Onde fazias morada.
Lá tu estavas.
Lá, muito além de mim
E de meus sepulcros
Caiados de verdades.
Só te vi
Quando deixei
Que o tempo me abraçasse.
Tu chegaste flutuando
Nas asas do meu desejo adormecido.
Eu abri os olhos
E te dei o meu primeiro olhar
E tu enluvaste tuas mãos em meus cabelos
Encharcados de luxúria.
Nessas horas indomadas
Eu te entreguei o meu corpo
Cansado da melodia dos prazeres
De uma nota só
Sem nem saber o teu nome,
Não importa.
Isolada do mundo
Eu te esperava
Confinada em templos hedônicos
- exílio natural
De meu corpo de vestal
Consumida de tanta paixão.