PROMISSÃO

Na noite árida dos quereres

Eu fui peregrina

E para te encontrar

Atravessei as trilhas desérticas

Das paixões

Onde fazias morada.

Lá tu estavas.

Lá, muito além de mim

E de meus sepulcros

Caiados de verdades.

Só te vi

Quando deixei

Que o tempo me abraçasse.

Tu chegaste flutuando

Nas asas do meu desejo adormecido.

Eu abri os olhos

E te dei o meu primeiro olhar

E tu enluvaste tuas mãos em meus cabelos

Encharcados de luxúria.

Nessas horas indomadas

Eu te entreguei o meu corpo

Cansado da melodia dos prazeres

De uma nota só

Sem nem saber o teu nome,

Não importa.

Isolada do mundo

Eu te esperava

Confinada em templos hedônicos

- exílio natural

De meu corpo de vestal

Consumida de tanta paixão.

Zel Soares
Enviado por Zel Soares em 29/07/2008
Código do texto: T1103348
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