Senti a tua paixão...
Nos teus versos ouvi o furor do clamor
Declarado... Estampado... Despojado!
Sei que é o fruto maduro do amor
Que brotou daí do teu interior
E o teu chamado é correspondido...
Sou sensível aos ecos dos teus gritos
Não dá mais para conter o escondido
Tudo aqui em mim trás você inserida
Foste concebida e tecida na minha vida
Entraste como réstia de luz na escuridão
Iluminando e colorindo o meu coração
Afastando as trevas e tristezas da solidão
Quero e vou ao teu encontro com alegria
Porque sei que a tua alma anseia poesia
A mesma que transcende da veia noite e dia
Na tua fome, na nossa sede, que irradia
Já te pintei, bordei, teci e me convenci...
Que sem você não sei e nem poderei viver
Nesta mesma fúria pura de te querer
Os meus desejos são os mesmos a vencer
Almejo como louco os teus ardentes beijos
A volúpia que me acerca é incontrolável...
Só satisfeita pelo teu cheiro, a tua pele desejável
O teu corpo, o teu jeito, o teu estilo me é agradável
E haverei de tê-la para saciar a vontade implacável
Deste amor tão grandioso que chega a ser indecoroso
Sou e serei sempre teu aqui presente e sequioso
Olha! Estou aí no vento assoprando em teu rosto
Não há mais como estancar e nem negar ou calar
Nem mesmo há o que censurar o que está a chegar
Sonho estar contigo para este fogo abrandar... Parar!
As noites frias, as madrugadas vazias... Falta ar
Paisagens vadias, quimeras de orgias e fantasias
Lábios e línguas, mãos e bocas tão loucas atiçam...
Tudo transpira, suspira, geme de tanta agonia
Enquanto não estou solto, não parto, não chego...
Não alço o meu vôo... Não sossego o meu facho
Não viajo... Não me aproximo e não pouso em você!
Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado em: “Vem... Amar-me”
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/1097985