A VIDA NO INTERIOR

Eu me lembro do trem.

Da estação. Do apito.

Da fumaça branca.

Do maquinista

com quepe de polícia.

Dos olhares buscantes.

Das mãos trêmulas.

Respirares ofegantes.

Malas grandes. Atropelos.

Saias justas. Amantes.

E aquele som acompanhante:

talac...talac...talac...talac...

talac...talac...talac...talac...

Como era boa a vida no interior!