Pobre cupido
Que prazer é esse de unir os outros?
Providenciar pares pra todos,
Ver o amor florescendo nos amigos,
Nas pessoas que me cercam,
Estúpido cupido,
Une a todos e fica só,
Consegue entender que todos tem uma metade,
Mas não tem a sua,
Não procura, não se empenha,
Não se entrega pra ninguém.
Permanece solitário,
Sempre pensa em alguem,
Mas tem medo desse laço,
E alegre se mantém,
Refletindo no seu quarto,
Se mereces este bem.
Sempre que aparece uma opção,
Não se acha digno de possuí-la.
Exiges de si mesmo perfeição,
Quer mudar a sua vida.
Triste cupido,
Tem nas mãos um poder
Que não pode usar em próprio benefício,
E talvez ficar sozinho,
Seja mesmo seu destino,
Não que a sua vida tenha sido amaldiçoada,
Mas suas proprias escolhas
Lhe trouxeram a essa estrada,
Solitário cupido,
Paradoxo de vida,
Tens as flechas da paixão,
Mas não pode usufruí-las.
Se nasci pra ser cupido,
Fazer o que, não há saída,
Objetivo nobre, o amor,
É a razão da minha vida.