DESCAMINHOS

Ave do tempo já eras

Ao tempo do meu renascimento.

Em altos vôos cruzaste meu oceano

Enquanto eu nadava

Buscando a praia.

Minha sina,

Meu sinal de ser,

Velas içadas

Navegando o vento.

Ave do tempo...

Em minha senda

Tua sonda que perfura

Punhal cravado

Rochedo partido

Sangrando

No dia recém parido.

Ave da noite foste

Enquanto eu batia

À porta da manhã.

Nosso tempo desigual

É o sinal de que

Eu sou o canto de um momento

E tu, o silêncio de um tempo.

Ave do tempo já eras

Enquanto eu sou a que nasce.

Zel Soares
Enviado por Zel Soares em 11/07/2008
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