TRIBUTO À POETISA A. WELT

Alma mulher do sul,

Não sei quem és ainda

Mas por traz do teu mistério

Há um veio poético profundo

Te conheci de repente

Nas cochilhas do silencio

Dissimulada, andando

Nua por versos

Lindíssimos !

Você se despiu ao escrever

No entanto ao ler-te

Eu também

Me sentii despido

Bebi teus versos

Num só gole

Como se fossem um mate amargo

Que poderia curar todos os males

Mas minhas dores não melhoraram

Ficaram piores,

Pois junto com teus versos

Bebi tua inquietação

Odiei saber de ti, tão tarde

Porque não mais poderei cavalgar contigo

Pelo teu mundo de fogo sobre os corcéis do prazer

Que levaram tua vida

Fiquei ainda mais solitário

Que a tua própria solidão

Que agora te abraça

Nos descampados

Do pós-vida

O teu pampa místico

Redescoberto em tua poesia

Está vazio e triste

Assim, como o velho mundo

Que tua morte fez mais impuro

Assim, guria, só me resta mandar-lhe flores

Que nascem das paragens vazias

Flores pontilhadas de lágrimas

Flores mortas,

Flores tardias.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 01/07/2008
Reeditado em 28/08/2019
Código do texto: T1059670
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