Os Olhos

Houve uma vez um encontro... dos meus olhos

com o teu ser: um inesquecível deleite!

Difícil acreditar que existas de verdade,

que não passes de um mero sonho.

— Te falei isto, lembras? Corrigindo:

— Falei para a construção tua que na mente criei... naquele dia.

Hoje e agora, vejo e sinto... a desencantada viagem

que se abriu para mim, desde o dia em que a ti concebi:

— Tenho remorsos... de ter exposto... meu coração

(O que os olhos não vêem, o coração não sente!)

a um tão cruel trabalho: ele, coitado,

instância final das coisas... que os olhos recebem, filtram.