PAREI COM OS POEMAS DE AMOR

“É de um falso amor que eu preciso, que seja sem dor e me bajule o ego. Não, não quero mais amores cegos, pra não machucar o meu peito sofrido...”

Jair Oliveira

(À amiga Isabella)

Parei com os poemas de Amor.

Não quero mais doces palavras,

Não quero promessas de uma vida inteira,

Não quero planos, nem choro, nem adeus...

Parei com o Amor.

Parei de falar sobre coisas que desconheço

Ou que já não creio que possam existir.

De agora em diante, celebrarei apenas

A maravilha das coisas fáceis, das coisas passageiras,

Dos encontros de um dia só...

Erguerei um altar aos que se apaixonam

Diariamente, perdidamente, e vivem essa paixão pelo espaço de um dia

Ou uma noite.

Clamo Salve! Aos desvairados que se entregam à volúpia de suas carnes

Ou ao conforto de uma meia-companhia!

Salve! Aos dias de chuva sem significado e às flores que não são presenteadas!

Rasgo meus poemas de Amor Verdadeiro,

Esbofeteio a cara da prisão possessiva dos casais

E ergo as mãos espalmadas aos céus-

Lugar para onde se elevam os amores falsos

No ápice dos seus momentos de mentira

Que provocam minutos inteiros de felicidade!

Parei.

E nos Falsos Amores engano a Solidão

De quem se entrega loucamente

Ao Amor despudorado e inconsequente

Por si mesmo.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 14/06/2008
Reeditado em 18/06/2008
Código do texto: T1033849
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