PAREI COM OS POEMAS DE AMOR
“É de um falso amor que eu preciso, que seja sem dor e me bajule o ego. Não, não quero mais amores cegos, pra não machucar o meu peito sofrido...”
Jair Oliveira
(À amiga Isabella)
Parei com os poemas de Amor.
Não quero mais doces palavras,
Não quero promessas de uma vida inteira,
Não quero planos, nem choro, nem adeus...
Parei com o Amor.
Parei de falar sobre coisas que desconheço
Ou que já não creio que possam existir.
De agora em diante, celebrarei apenas
A maravilha das coisas fáceis, das coisas passageiras,
Dos encontros de um dia só...
Erguerei um altar aos que se apaixonam
Diariamente, perdidamente, e vivem essa paixão pelo espaço de um dia
Ou uma noite.
Clamo Salve! Aos desvairados que se entregam à volúpia de suas carnes
Ou ao conforto de uma meia-companhia!
Salve! Aos dias de chuva sem significado e às flores que não são presenteadas!
Rasgo meus poemas de Amor Verdadeiro,
Esbofeteio a cara da prisão possessiva dos casais
E ergo as mãos espalmadas aos céus-
Lugar para onde se elevam os amores falsos
No ápice dos seus momentos de mentira
Que provocam minutos inteiros de felicidade!
Parei.
E nos Falsos Amores engano a Solidão
De quem se entrega loucamente
Ao Amor despudorado e inconsequente
Por si mesmo.