AMIZADE HUMANA
A reserva moral da rara dádiva da amizade humana, sublime e ímpar, alheia aos benefícios, ciente dos deveres que a alimentam, é uma relação voluntária e uniforme na confiança e certeza da boa avaliação da expectativa de boas ações, onde a incerteza macula mais intensamente que o logro, e afana sua nobreza.
Na malha da vida social, cada um de nós é um nó que se entrelaça, formando linhas que se cruzam no tecer dos nossos destinos. O hábito, a intermediação e a atenção criam vínculos, e neles o eu se faz pergunta, enquanto o outro se torna resposta. A atenção, assim, é a ligação que nos une, compondo um conjunto ressonante de movimentos simultâneos — onde as dimensões éticas e imaginativas se fundem na reciprocidade do cuidado e do anseio, revelando, enfim, a finalidade que nos move.
Na teia da existência, tão plural,
Cada um de nós é um nó vital.
Laços que se entrelaçam, sem cessar,
Formando um tecido singular.
Hábito, interação, atenção a fluir,
Afiam corações, fazem-nos seguir.
O eu, uma pergunta; o outro, a razão,
E a atenção, ponte de toda ligação.
Movimentos simultâneos, ressonantes,
Éticos, imaginativos, vibrantes.
Reciprocidade, cuidado, anseio,
Conformam o destino, o grande ensejo.
Na malha da vida, social e humana,
A amizade é força que nos enlaça e engana.
Pois no tecer dos fios, no compasso do ser,
Somos um só conjunto, a sempre crescer.
Unidos no ritmo, no sonho, no ar,
A amizade é o verso que nos faz cantar.
E assim, na dança do tempo fugaz,
Somos eternos na luz desse laço voraz.
Nas dobras do tempo, no riso e na dor,
A amizade é raiz, é canto, é flor.
Mesmo quando a distância nos quer separar,
Ela é o mapa que sabe nos encontrar.
Como estrelas que brilham no mesmo céu,
Nossos passos se unem num só véu.
Não há fronteira, não há fim,
Só o abraço que nunca tem um "nunca mais".
Se a vida é um rio de águas sem dono,
A amizade é barco, é remo, é abrigo.
E quando a tempestade tentar nos arrastar,
Seremos âncora, nunca vamos largar.
Pois o tempo é tecido de fios tão frágeis,
Mas a amizade os cerra, os ata, os une.
E mesmo que o vento disperse os caminhos,
Nossas mãos se encontrarão nos mesmos carinhos.
Assim seguimos, entrelaçados,
Nós no mesmo fio, eternizados.
Pois a amizade, em seu voo livre,
É o que nos salva, é o que nos vibra.