O meu Sangue
O meu sangue
Ela veio tão quente e forte em minha direção
Eu não quis evitá-la a desviar meu corpo
Enfrentei-a corajosamente colocando à frente minha cabeça
Para evitar o tento e o grito engasgado do cidadão que apostara
Minha seca cervical sustentou a pedrada por hora
O sangue aquecido aliviava a dor deveras
E pudera me levar a outras façanhas dentro da arena
Para que eu pudesse mais tarde contar a minha história
No encerrar do evento houve lamento do dono da farra
Que não esperava a falta dos socos nos ares de seus matadores
Dominados pelos senhores do empenho a favor do encanto
A se uniformizar de um manto suado de garra
E o oponente enfim estendeu a mim a sua mão confrade
A deixar para trás toda rivalidade no convite à resenha
E a senha era a idade dos meus cabelos brancos
E a saudade era morta vagarosamente pela felicidade do encontro
O recordar das peripécias aprontadas pelo destino dos papas
Favorecia as gargalhadas dos que vieram depois do tetra
A ouvir nossa memória, a nossa estória
Era como se fosse a reprodução de uma fita de videocassete
E o tempo trouxe a tarde para que terminasse a minha emoção
E o sangue esfriara em meu corpo e minha cabeça estava a latejar
Era o esforço daquela jogada ao enfrentar aquele corpo envenenado
Que vinha em disparada a querer furar as mãos do meu guardião
Voltei doce aos meus e contei o júbilo e não a dor que deveras sinto.