MINHA AUSÊNCIA

Estive ausente, saudades doloridas,

Sem ânimo, prostrado, querendo escrever,

Só que as palavras sumiam, mãos amarradas,

Rebeldes, pois não queriam deslizar nos teclados.

Recanto, meu refúgio de tantas delícias,

Interações maravilhosas com poetas e poetisas,

Que traziam alento para minhas inquietações,

E alegrias imensas quando via quanto era amado.

De repente, como numa fúria de terrível tempestade,

Minha escrivaninha deixou de existir e se aquietou,

Não querendo quem sabe, receber lamúrias e tristezas,

Pois meu propósito sempre foi derramar somente alegrias.

Tive razões que atingiram em cheio meu interior dolorido,

Pois uma doença primeiro me atingiu e dela me recuperei,

E depois outra, mais perigosa, exigiu uma cirurgia arriscada,

Que médicos competentes eliminaram guiados por Deus,

E minha esposa hoje está se recuperando gradativamente.

Recebi mensagens saudosas, inquietas, perguntando o porquê;

E eu, com olhos umedecidos, não queria deixar inquietações,

Pois este Recanto fonte de inspirações que até me surpreendiam,

Faziam com que encontrasse tantos e tantas artesãos da escrita,

Divinas preciosidades que hoje me fizeram voltar a escrever.