Um Malandro na Sorbonne
(Para meu amado amigo Rodrigo)
Ele partiu em Setembro deste ano
Foi em busca de um sonho
Do outro lado do oceano
A tornar-se um mestre Malandro
Malandro do sentido nosso
Da nossa nova interpretação
Que significa que não posso
Dar-te uma simples explicação
A princípio parece ser complexo
Mas você verá que só impressão
Nesse país de retrocesso
Até que procede a explanação
É o guerreiro que luta dia a dia
A correr atrás do atraso que não viveu
Que mata dezenas de leões por dia
Para colher as migalhas que lhe prometeu
É a metamorfose sem direito de opção
Que necessita sempre se reinventar
Para burlar a dura realidade de ilusão
Para assim ter motivos para se levantar
É um infante devorador de idéias
Uma fome insaciável de novas visões
Repudia ferozmente as panaceias
Proclamadas pelos altos figurões
É um não conformador do status quo
Já se orgulha só do fato de pensar
O que para uma minoria seria um estupor
O que o motiva ainda mais a lutar
Isso é o Malandro no nosso conceito
Aquele que não arredia o pé
Que voa lindo com os dois pés no peito
Daqueles que o jogam contra a maré
E o Malandro mor contrariou a estatística
Que um cara pobre não mudaria as estrelas
Sentado na Sorbonne provou que só há titica
Na cabeça daqueles que só dizem balelas