Um Malandro na Sorbonne

(Para meu amado amigo Rodrigo)

Ele partiu em Setembro deste ano

Foi em busca de um sonho

Do outro lado do oceano

A tornar-se um mestre Malandro

Malandro do sentido nosso

Da nossa nova interpretação

Que significa que não posso

Dar-te uma simples explicação

A princípio parece ser complexo

Mas você verá que só impressão

Nesse país de retrocesso

Até que procede a explanação

É o guerreiro que luta dia a dia

A correr atrás do atraso que não viveu

Que mata dezenas de leões por dia

Para colher as migalhas que lhe prometeu

É a metamorfose sem direito de opção

Que necessita sempre se reinventar

Para burlar a dura realidade de ilusão

Para assim ter motivos para se levantar

É um infante devorador de idéias

Uma fome insaciável de novas visões

Repudia ferozmente as panaceias

Proclamadas pelos altos figurões

É um não conformador do status quo

Já se orgulha só do fato de pensar

O que para uma minoria seria um estupor

O que o motiva ainda mais a lutar

Isso é o Malandro no nosso conceito

Aquele que não arredia o pé

Que voa lindo com os dois pés no peito

Daqueles que o jogam contra a maré

E o Malandro mor contrariou a estatística

Que um cara pobre não mudaria as estrelas

Sentado na Sorbonne provou que só há titica

Na cabeça daqueles que só dizem balelas

Rafael Brandão
Enviado por Rafael Brandão em 17/10/2013
Reeditado em 19/10/2013
Código do texto: T4530021
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