Aos meus homens amigos
Disseram-me ser impossível
Amizade entre homem e mulher;
Compararam-na ao suicídio...
Exagero em demasia isso é.
Pois contrariando a todos,
Como boa rebelde que sou,
Desenvolvi estranhos gostos,
Por esses homens a quem a vida me apresentou.
Eu os tenho, e preservo,
Ciúmo e cuido demais,
A eles conto meus segredos,
Sonhos e até as coisas banais.
Ei-los sempre tão perto,
Trocas de conforto e carícias,
Mantendo coração e mente abertos,
Respeito- eis a nossa premissa.
Não me julgues por preferi-los,
Estranhe que eu, por ser mulher,
Ache mais sinceros os amigos,
Nos ajudam a manter-nos de pé,
E aqueles que são verdadeiros,
Correm o risco de, pela intimidade,
Acabam às vezes por confundir-se
Entre o amor, o desejo e a amizade.
Mas quanto tudo é esclarecido,
O que restam são boas risadas,
Eis-me agora novamente, em seu peito,
Em um abraço acalentada.
Se nos julgarem, se criticarem,
E daí? O que é que tem?
Meus homens, amigos de verdade,
Não os troco por nada, nem por ninguém!