Olhamos o infinito…
Num misto de misticismo
Num misto de familiaridade
Porque o achamos fascinante de uma maneira divina
Mas também achamos que tal conceito faz parte de nós
Porque pelo menos numa altura da vida
Nos achámos talhados para fazer parte da eternidade…
Pelo menos num instante
Que poderá ter durado um mero segundo
Ou que demora uma existência a passar
Sentimos que o nosso local ideal
É nessa linha invisível
Onde o céu toca
E passa a fazer parte do mar…
Todos sentimos
Que por muito que sejamos banais
Há sempre um algo que nos distingue de tudo o resto
Algo que nos torna especiais…
Mas ao mesmo tempo
Sentimos que somos todos iguais
Os que estão no topo
E os que estão na base da montanha
Como somos mortais
No essencial somos idênticos
Somos feitos da essência Universal
E se duvidam disto
Coloquem um dono e um escravo ao verem ao mesmo tempo o céu com estrelas à noite
E eles vão-se sentir o mesmo
Vão sentir que são apenas uma centelha do pó dos astros
Que tudo criou
Histórias antigas
Que apesar de as desacreditarem
E desdenharem
Eu nelas acredito
Porque por muito diferente que o seja
Sinto-me igual a Ti
Quando
Olhamos o infinito…