Sensações…
O nosso ponto forte
Mas o nosso pior inimigo
Se forem deixadas à solta
Em velocidade máxima
Sem limites que as possam travar
Corremos o sério risco
Do prazer e da aventura
Se transformarem no nosso maior perigo…
Sem a razão que as guie
Sem a razão que lhes sirva de radar
Que diga o que é real
E que no meio de tanta
Imensa coisa
Proporcionada por elas
Nos indique
O que devemos manter
O que devemos preservar…
Que nos indique
Que no meio da euforia
No meio dessa espécie de bebedeira
Sensitiva
Nos faça ver o que é real
E não apenas virtual
Que mereça
Que fique à nossa beira…
Mas a Razão
Por si só
Isolada
É um objecto frio
Inexpressivo
Que nada vale
Nada é
Se não tiver
Sensações
Que nos tornam humanos
Que nos fazem sentir
Existir
Pois só estes dois pólos da humanidade juntos
Na devida proporção
Nos fazem sentir
Racionalmente
Quem somos
E onde reside
A nossa verdadeira
Inquestionável
E lúcida
Fé…