Quando Alguém Enfim se Cala…

Há um eco de vácuo

Que ecoa

Pela eterna madrugada

Um algo que não pode ser substituído

Quando Alguém Enfim se Cala…

Um silêncio no céu

E a impossibilidade garantida

Terminal

Que o teu sonho

Jamais será o meu…

Palavras ditas que se perdem

Na certeza

Que elas jamais irão ser concretizadas

Um espaço comprometido

Um espaço deixado vago

O nosso espaço

Aquele onde deverias estar comigo…

Um instante diluído

Para toda a eternidade

Um instante que passou

E que nunca mais será repetido…

Um olhar

Uma voz

Que poderão ter sido registados

Mas que estão por isso congelados

Petrificados

Por estarem mortos

Serem apenas uma sombra a quem pertenceram

Registos mórbidos

Destinados a perpetuar quem partiu

Mas que em vez de colmatarem

Ainda aumentam mais

Esse Enorme Vazio…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/07/2012
Código do texto: T3804036
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