E nós não sabemos Nada de Nada…
Quando nos encontramos juntos naquela madrugada
A ver ecos distantes de uma guerra
Que por espelho também é a nossa
A nossa
Em frente de toda a gente
Mas que ser quer bem privada
Sentindo-nos então brutalmente ignorantes
E nós não sabemos Nada de Nada…
Sabendo que cada explosão
Possuía e possui o sentido metafórico
De ser uma mera emoção
Revelada
Que ou não queríamos
Ou não sabíamos exprimir
E nós não sabemos Nada de Nada…
Imaginando palavras
Lágrimas arrancadas á força
Pela força maior de não querermos tal brotar
Pois decidimos ser sujeitos passivos da vida
Decididos pela vida esperar…
E por isso deixávamos o sol nascer
O sol morrer
A lua brilhar
Os rios correrem livremente para o mar
Deixando tal
Sem de tal querermos a razão de tal indagar…
Levando tal ao extremo de fazermos o mesmo com os nossos sentires
Com as nossas emoções
Fazendo do que deveria ser um objecto de libertação
Nós
A maior de todas as prisões
Sendo inútil termos aquilo que certos chamam uma Alma Maior
Uma Alma Apaixonada
Por não lhe sabermos dar o devido uso
Nós não sabemos Nada de Nada…