Há certas alturas…

Em que quando chegamos

Temos a sensação que é hora de partir

Em que quando queremos algo de belo

A última coisa que temos de quem gostamos

É aquilo que não nos dá:

Meramente sorrir…

E nós bem abraçamos

Com a força sensitiva e emotiva

De que não estamos a abraçar apenas uma pessoa

Estamos a abraçar todo um mundo

Mas quando queremos sentir esse alguém

Sentimos apenas a sua ferida

Reparando então que apesar do corpo responder de forma instintiva

A sua alma está oca

Está plenamente vazia…

E assim os braços

Os abraços

Perdem todo o seu significado

O vazio do outro lado acaba por nos tocar

E sentimo-nos parvos por termos que partir

Apesar de termos acabado de chegar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 24/07/2012
Código do texto: T3794040
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