Era Um tempo…(versão 2012)

De procuramos as palavras genuínas

As verdadeiras emoções

O que nos realmente toca

Muito para além das aparências

Naquilo em que nos costumámos a viver

Por mero comodismo

Ou porque integramos a moda social na nossa forma de ser

Era Um Tempo de experimentarmos o que é real

Nem que tal implicasse também uma boa dose de desconforto

Nem que tal implicasse sairmos da nossa zona de prazer…

Porque te queria olhar nos olhos

Ir para além do teu sorriso de todos os dias

Da tua maquilhagem

Queria tocar no que tocava ainda mais bela

Nas tuas fragilidades

Que dizes ser um defeito

Mas que te tornam ainda mais bela

Porque embora digas isso em voz baixa

Para ninguém ouvir

Assumes tal

E tal torna ainda mais bela a tua personalidade…

E assim era pois chegado Um Tempo

De alternarmos as palavras correctas

Com o vernáculo

Dado elas serem ambas um elemento de expressão

Que traduzem o que a alma pensa

Mas que tem vergonha de dizer

Gritar bem alto o que sentimos

E coadunar tal com a realidade

Vivermos nas aparências

Mas assumirmos o que somos

Era um tempo

De assumirmos a nossa interioridade

Embora ela nos fizesse sentir nus no meio da multidão

Mas sem ela

Sentimo-nos ocos

Sentimo-nos vazios

E entre o vazio e a nudez

Perco o meu pudor

E tenho vergonha do espírito oco

Ou que pretendo esvaziar para na multidão me poder integrar

E por isso era chegado o tempo de rasgar os convencionalismos

E de saber que sem te ter que chamar

Sempre contigo poderei contar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 26/06/2012
Código do texto: T3745049
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