Era Um tempo…(versão 2012)
De procuramos as palavras genuínas
As verdadeiras emoções
O que nos realmente toca
Muito para além das aparências
Naquilo em que nos costumámos a viver
Por mero comodismo
Ou porque integramos a moda social na nossa forma de ser
Era Um Tempo de experimentarmos o que é real
Nem que tal implicasse também uma boa dose de desconforto
Nem que tal implicasse sairmos da nossa zona de prazer…
Porque te queria olhar nos olhos
Ir para além do teu sorriso de todos os dias
Da tua maquilhagem
Queria tocar no que tocava ainda mais bela
Nas tuas fragilidades
Que dizes ser um defeito
Mas que te tornam ainda mais bela
Porque embora digas isso em voz baixa
Para ninguém ouvir
Assumes tal
E tal torna ainda mais bela a tua personalidade…
E assim era pois chegado Um Tempo
De alternarmos as palavras correctas
Com o vernáculo
Dado elas serem ambas um elemento de expressão
Que traduzem o que a alma pensa
Mas que tem vergonha de dizer
Gritar bem alto o que sentimos
E coadunar tal com a realidade
Vivermos nas aparências
Mas assumirmos o que somos
Era um tempo
De assumirmos a nossa interioridade
Embora ela nos fizesse sentir nus no meio da multidão
Mas sem ela
Sentimo-nos ocos
Sentimo-nos vazios
E entre o vazio e a nudez
Perco o meu pudor
E tenho vergonha do espírito oco
Ou que pretendo esvaziar para na multidão me poder integrar
E por isso era chegado o tempo de rasgar os convencionalismos
E de saber que sem te ter que chamar
Sempre contigo poderei contar…