Caminhando…
Sentindo que somos solidários
E bons cidadãos
Quando ouvimos
E sentimos empatia por alguém
Que não nos diz nada
Mera empatia por um ser da nossa espécie
Cuja alma
Sentimos fragilizada…
Sentimos que somos os piores sacanas que conhecemos
Porque nos espanta a nossa insensibilidade
Por alguém que vimos em condição depauperada
Porque na altura de pararmos
Não quisermos adiar
Uma coisa de que não nos lembramos bem
Mas era uma coisa
Com hora marcada…
Pensando no existencialismo
Ou como a vida
Muitas vezes nos choca
Pela velocidade em que não para de mudar
Esquecendo que fomos nós
Que de tanto pensarmos
Nos esquecemos de tal acompanhar…
Olhando para as estrelas
Ecos bem reais do passado
Que nos devolvem a nossa fragilidade
A noção correcta
De quanto a vida humana
Por muito que seja preenchida
Se caracteriza sobretudo pela sua brevidade
Ignorando que cada passo que damos
Insignificante ou não
Quando é dado em frente
Ajuda a escrever a nossa história
Cada passo que damos
Escreve a nossa história
Nos anais de uma qualquer eternidade…