Aquele Olhar…
Em que se conhece uma pessoa
Que julgávamos conhecer
Mas só a conhecemos
Depois de a realmente ver
Na profundidade do olhar
Na sua intensidade
Que ela só exibe
Quando está realmente a sorrir
Realmente a sofrer
Quando está realmente a Sentir…
Mas se calhar esse olhar sempre esteve presente
Nós
É que na busca desnecessária
Pelo que é aparente
Não reparámos que esse olhar
Entre tantos outros
Afinal
Tinha imensas coisas para dizer
Imensas histórias para contar…
E assim aquele momento
Congelamos
Paramos tal no tempo
E juramos a nós mesmos
Que jamais iremos passar ao lado de algo aparentemente tão pequeno
Que afinal é demasiado importante
Nós fazemos um pacto com a eternidade
Para tal não voltarmos a desperdiçar
Até que vemos algo de supérfluo
Ou simplesmente mais superficial
Mais imediato
Algo que possamos agarrar
Sem em tal pensar
E assim violamos todos os pactos
Todas as juras
E deixamos que seja vulgar
Aquele singelo
E único Aquele Olhar…