Guerra e Paz…

Dou-te uma flor para tentar fazer a paz

Para tentar estabelecer pontes de comunicação

Deixas cair a flor

Sem lhe prestar a devida atenção

E as suas pétalas no caminho do chão

Transformam-se em fósforos

Que quando detonados

São o espelho inverso das pétalas

E em vez de paz

Podem semear aquilo que queremos evitar

Mas que por vezes não podemos

Mera e pura destruição…

Fala-se de concórdia

Numa língua diferente

E como o código não é entendido

A mensagem de conciliação

Rima

Mais uma vez

Com a destruição…

Por vezes dou comigo a rir

Para disfarçar a dor

Não entendes tal

E pensas que estou a pensar em parvoíces

Com o olhar perdido algures na imensidão

E é então

Que o sorriso que transmite uma mensagem subliminar

Se transforma num rosto bem mais perceptível

Onde se lê de imediato a mensagem detestada

Destruição…

Gosta-se

Mas tal nunca é devidamente percepcionado

Apesar de em mil línguas

Em mil gestos

Tal ser bem expressado

Gosta-se

Nunca se deixa de gostar

Mas quando se cansa de comunicar

A mensagem é invertida

E o seu corpo de esperança

É ocupada pela mais avassaladora desilusão

Porque se gosta para sempre

Mas tantas vezes amargurados

Amarguradas

Somos obrigados a substituir essa mensagem sensível

Pela linguagem que toda a gente vai entender

Não somos assim

Mas somos realmente entendidos

Quando ocupamos tudo o que temos para dizer

Pela palavra mais odiada de todas…

Destruição…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/06/2012
Código do texto: T3739824
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