Guerra e Paz…
Dou-te uma flor para tentar fazer a paz
Para tentar estabelecer pontes de comunicação
Deixas cair a flor
Sem lhe prestar a devida atenção
E as suas pétalas no caminho do chão
Transformam-se em fósforos
Que quando detonados
São o espelho inverso das pétalas
E em vez de paz
Podem semear aquilo que queremos evitar
Mas que por vezes não podemos
Mera e pura destruição…
Fala-se de concórdia
Numa língua diferente
E como o código não é entendido
A mensagem de conciliação
Rima
Mais uma vez
Com a destruição…
Por vezes dou comigo a rir
Para disfarçar a dor
Não entendes tal
E pensas que estou a pensar em parvoíces
Com o olhar perdido algures na imensidão
E é então
Que o sorriso que transmite uma mensagem subliminar
Se transforma num rosto bem mais perceptível
Onde se lê de imediato a mensagem detestada
Destruição…
Gosta-se
Mas tal nunca é devidamente percepcionado
Apesar de em mil línguas
Em mil gestos
Tal ser bem expressado
Gosta-se
Nunca se deixa de gostar
Mas quando se cansa de comunicar
A mensagem é invertida
E o seu corpo de esperança
É ocupada pela mais avassaladora desilusão
Porque se gosta para sempre
Mas tantas vezes amargurados
Amarguradas
Somos obrigados a substituir essa mensagem sensível
Pela linguagem que toda a gente vai entender
Não somos assim
Mas somos realmente entendidos
Quando ocupamos tudo o que temos para dizer
Pela palavra mais odiada de todas…
Destruição…