A minha vontade é a Tua Vontade…

São oito e tal da manhã

Aqui

Ou em qualquer outro lugar

E não sabendo bem tal

Não sei de me hei-de levantar

Ou se me hei-de deitar…

Confundido pelos fusos horários da grande aldeia global

Aturdido pelos múltiplos heterónimos

Que uso para escrever

Ou para estar na grande rede da aldeia

Para ouvir

Para falar

Enfim

Para socializar…

Baralhado pelos teus estados de alma

Que tanto me pedem para sair

Como para voltar

Que tanto me pedem para te amar

Como me pedem para me afastar…

E assim

Para me situar na aldeia

Para me situar em ti

Aprendi a vestir a pele de múltiplas personagens

Que se adaptem a diferentes situações

Aprendi a moldar ao exterior

As minhas emoções…

Sendo por isso

Que nunca tenho uma hora para nada

Que não tenho horários definidos

O meu tempo

É o que deixo fazerem dele

Que deixo moldar

Pois descobri

Que essa

É a única

Derradeira

Moderna

Vanguardista

Forma

De contigo poder estar

Mesmo que neste processo

Me tenha perdido algures

Dentro da minha vontade de a ti me adaptar

Sendo que a verdade

Acima de todas as coisas

É que a minha intrínseca vontade de respirar

Me leve

A uma vontade genuína

E não plástica

Nunca concretizada

De

De Ti me afastar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/05/2012
Código do texto: T3690197
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