A minha vontade é a Tua Vontade…
São oito e tal da manhã
Aqui
Ou em qualquer outro lugar
E não sabendo bem tal
Não sei de me hei-de levantar
Ou se me hei-de deitar…
Confundido pelos fusos horários da grande aldeia global
Aturdido pelos múltiplos heterónimos
Que uso para escrever
Ou para estar na grande rede da aldeia
Para ouvir
Para falar
Enfim
Para socializar…
Baralhado pelos teus estados de alma
Que tanto me pedem para sair
Como para voltar
Que tanto me pedem para te amar
Como me pedem para me afastar…
E assim
Para me situar na aldeia
Para me situar em ti
Aprendi a vestir a pele de múltiplas personagens
Que se adaptem a diferentes situações
Aprendi a moldar ao exterior
As minhas emoções…
Sendo por isso
Que nunca tenho uma hora para nada
Que não tenho horários definidos
O meu tempo
É o que deixo fazerem dele
Que deixo moldar
Pois descobri
Que essa
É a única
Derradeira
Moderna
Vanguardista
Forma
De contigo poder estar
Mesmo que neste processo
Me tenha perdido algures
Dentro da minha vontade de a ti me adaptar
Sendo que a verdade
Acima de todas as coisas
É que a minha intrínseca vontade de respirar
Me leve
A uma vontade genuína
E não plástica
Nunca concretizada
De
De Ti me afastar…