Rostos...simples rostos...

Que se perderam na multidão

Que de alguma forma nos marcaram

Ao ponto de os querermos tocar

Fazendo tal

E novos horizontes com tal termos desbravado

Voltando felizes

Ou menos felizes

Depende apenas do ponto de vista que nos toca

Quando os recordamos

Pois esses rostos

Foram apenas presente volúvel

E estavam de alguma forma destinados

A dentro de nós

Fazerem parte do nosso passado…

Rostos e corpos

Com os quais partilhámos mais do que um sorriso

Partilhamos um copo

Um cigarro

Algumas histórias

Alguns afectos

Que por serem rostos perdidos no tempo

O que se passou de mais profundo

Por respeito a esses rostos

Permanecerá para sempre secreto…

Rostos que marcaram a nossa história

Que nos ajudaram a escrever

Aquelas linhas mágicas

De ter alguém connosco

Quando desafiamos a noite

E queremos ver bem acordados amanhecer…

Assistir a uma nova aurora

Que marca um novo ponto de partida

E esses rostos lá estavam

Sóbrios

Ou com auxílio de algum tipo de bebida…

Rostos que quisemos integrar

De uma forma ingénua

No que éramos

E no que desejávamos ser

Procurando se calhar por isso

De forma inconsciente

O desconhecido

Que sabíamos de forma intuitiva

Que muito depressa se iria desvanecer

E por isso dizíamos coisas

Que não nos atrevíamos

A quem há tanto tempo

Está ao nosso lado e procura nos conhecer…

E assim esses rostos

Esses corpos

Serviram para tanta coisa

Serviram para consolidar a nossa personalidade

Para consolidar as nossas experiências

E por isso

Esses rostos eram descartáveis

Possuíam uma determinada validade

Não invalidando contudo

Que a saudade nos toque por vezes

E vejamos bem nítidos esses rostos

Sintamos o seu cheiro

Sintamos o seu gosto

Apesar de passado algum tempo

Não passarem disso mesmo

De meros

Rostos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/05/2012
Reeditado em 20/05/2012
Código do texto: T3677465
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