Rostos...simples rostos...
Que se perderam na multidão
Que de alguma forma nos marcaram
Ao ponto de os querermos tocar
Fazendo tal
E novos horizontes com tal termos desbravado
Voltando felizes
Ou menos felizes
Depende apenas do ponto de vista que nos toca
Quando os recordamos
Pois esses rostos
Foram apenas presente volúvel
E estavam de alguma forma destinados
A dentro de nós
Fazerem parte do nosso passado…
Rostos e corpos
Com os quais partilhámos mais do que um sorriso
Partilhamos um copo
Um cigarro
Algumas histórias
Alguns afectos
Que por serem rostos perdidos no tempo
O que se passou de mais profundo
Por respeito a esses rostos
Permanecerá para sempre secreto…
Rostos que marcaram a nossa história
Que nos ajudaram a escrever
Aquelas linhas mágicas
De ter alguém connosco
Quando desafiamos a noite
E queremos ver bem acordados amanhecer…
Assistir a uma nova aurora
Que marca um novo ponto de partida
E esses rostos lá estavam
Sóbrios
Ou com auxílio de algum tipo de bebida…
Rostos que quisemos integrar
De uma forma ingénua
No que éramos
E no que desejávamos ser
Procurando se calhar por isso
De forma inconsciente
O desconhecido
Que sabíamos de forma intuitiva
Que muito depressa se iria desvanecer
E por isso dizíamos coisas
Que não nos atrevíamos
A quem há tanto tempo
Está ao nosso lado e procura nos conhecer…
E assim esses rostos
Esses corpos
Serviram para tanta coisa
Serviram para consolidar a nossa personalidade
Para consolidar as nossas experiências
E por isso
Esses rostos eram descartáveis
Possuíam uma determinada validade
Não invalidando contudo
Que a saudade nos toque por vezes
E vejamos bem nítidos esses rostos
Sintamos o seu cheiro
Sintamos o seu gosto
Apesar de passado algum tempo
Não passarem disso mesmo
De meros
Rostos…