Escuta, sente como eu respiro…lê-me…
Porque faço o mesmo em relação a ti
Leio o que me dás
E aquilo
Que pura e simplesmente
Não está lá…
Leio sinais invisíveis
Sinais que mostram em ti o tempo a passar
Sinais de personalidade
“Actos falhados”
Ou meramente inconscientes
Que não te apercebes existirem
Mas vejo tal
Porque tal pode influenciar o que tu és
E indirectamente o que nós somos
Leio
Porque gosto de ti
E para perpetuar a paz
Entre nós
Quando certas incompreensões
Podem levar ao atear
Do pior fogo…
Leio nuances
Leio coisas invisíveis
Leio a impossibilidade
A intensidade
No teu olhar
Que tanto gosto
Ao ponto
De mesmo fazendo doer
Tal nunca me irá afastar
E por isso te peço para me leres da mesma maneira
Peço que entendas
Que saibas ler
Que a complexidade
É uma forma
De lidar com um fogo
Que não consigo apagar
O fogo da criação
O fogo de uma sensibilidade
Coisas que me incomodam por vezes
Mas que sei
Que comigo estão do berço
Até ao fim da minha eternidade
E por isso te peço que me leias
Com atenção
Por completo
E não de forma superficial
De forma transversal
Peço que me leias
Que me entendas
E mesmo que me magoes
Sabendo que me leste
Jamais te irei levar a mal…